sexta-feira, 22 de maio de 2009

O novo perfil da família brasileira

Oportunidades de negócios junto ao consumidor single – estudo para lançamento de um novo produto no mercado

1. Introdução

Conforme estudos feitos pelo Sebrae (2005), o segmento de mercado single despertou a atenção das empresas quanto ao potencial de consumo que representa. A indústria alimentícia, por exemplo, vislumbra este mercado oferecendo pratos prontos, salgados, minipizzas, carnes, verduras e frutas in natura embaladas em pequenas porções. E os consumidores estão respondendo a esse novo apelo. O mercado vem crescendo entre 6% a 7% por ano, segundo estimativas da Associação Brasileira das Indústrias Alimentícias (Abia).

Segundo destaca Scaranzi (2007), uma rede de supermercados, considerada como uma das maiores do país, registra um crescimento de 10% ao ano no consumo de pratos semi-prontos. Esta rede criou duas linhas de produtos para o consumidor que não se importa em pagar mais caro por porções menores. As pessoas que formam o público single prestam mais atenção na qualidade e marcas do que no preço.

De acordo com o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2004), em 2003, cerca de 10% dos domicílios tinham um único morador. Em 10 anos, o percentual de famílias unipessoais cresceu de 7,5% para 10,2%. De acordo com esses indicadores, 2,4 milhões destes moradores são formados por mulheres, sendo que 70,7% tinham pelo menos 50 anos de idade. Entre os homens, o maior percentual (48,9%) estava concentrado na faixa de 25 a 49 anos de idade.

“O segmento single tende a crescer ainda mais. As pessoas estão casando tarde e os relacionamentos têm sido menos duradouros”, é o que prevê o professor de comportamento do consumidor da FGV-RJ (Fundação Getulio Vargas) Eduardo Ayrosa (apud Raquel Bocato, 2007).

Ayrosa destaca ainda que o compromisso com os solteiros é vantajoso. “O consumidor não quer se programar e planejar todos os cardápios da semana. A indústria alimentícia pode crescer oferecendo mais opções para os solteiros”.

Soraia Nigro (2007) destaca em seu texto que é preciso conhecer os hábitos deste consumidor. Uma pesquisa realizada pela Sense Envirosell pesquisas e informações, observou que praticidade, comodidade e conforto são os atributos que os solitários mais prezam. “Essas pessoas são sozinhas por opção ou porque tem dificuldades em partilhar seu tempo com os outros, prezam o tempo e a objetividade. Quando entram na
loja, sabem exatamente o que vão comprar” analisa José Augusto Domingues, diretor da Sense.

Domingues destaca ainda que são pessoas esclarecidas que sabem avaliar a relação custo-beneficio dos produtos.”O consumidor solitário não procura preços e compra para satisfazer a suas necessidades do dia-a-dia”.

Há cerca de dois anos as Indústrias Wickbold começou a investir em uma iniciativa que começou a ser elaborada em 1999, após pedidos realizados através do SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor), foi lançado no mercado uma embalagem menor dos pães preto, integral e light. Segundo Edilberto Wickbold (2007), diretor executivo da empresa, as pessoas sozinhas reclamavam do desperdício do produto alegando
que o pão vencia antes que conseguissem consumir a embalagem completa. Ele lembra ainda que: embalagem menor possibilita a compra de variedades do produto.

Eduardo Jakus, (2007) gerente de novos produtos da empresa Perdigão, acredita que apesar de pequeno o mercado single tende a crescer nos próximos anos.
Em torno deste contexto, o presente artigo tem o propósito de verificar a viabilidade mercadológica para o lançamento de um produto para atender o público single. Para isso, criou-se uma empresa fictícia e o seu produto, o Leite Magno, em embalagem de 500 ml.

Este produto atenderia a necessidade dos consumidores de leite, principalmente a categoria single.

Utilizando a caixinha com a quantidade disponível hoje no mercado (1.000 ml), após aberto o leite precisa ser consumido no prazo máximo de 48 horas (2 dias) devido à alta proliferação de microorganismos que modificam suas características normais, tornando-o impróprio para o consumo humano.


2. Desenvolvimento

O presente estudo foi desenvolvido a partir de uma abordagem exploratória, constituindo-se em estudo de caso. A amostra do estudo foi composta por 33 pessoas, com condição principal de morarem sozinhas. O instrumento de coleta de dados utilizado foi o questionário, com questões fechadas e abertas. Sua aplicação ocorreu entre os meses de outubro e novembro de 2006. Os dados coletados forma analisados
quantitativamente.

3. Resultados

Em relação ao perfil dos entrevistados, 58% são do sexo feminino, têm idade ente 19 e 29 anos, renda entre R$ 1.000,00 e R$ 3.000,00, e não têm filhos.

No item relacionado à utilização do leite, 85% apontou utilizá-lo para consumo próprio, e o restante utilizar para fazer doces.

O consumo dos entrevistados em relação a quantidade gira em torno de 1 à dois copos de leite por dia.

A preferência por leite é do tipo integral, correspondente a 58% das respostas, com destaque à embalagem tipo Tetra Pak.

O índice de lembrança de marca mais indicada na pesquisa foi o Leite Nilza, com 33% das respostas.

O tempo que os entrevistados demoram para consumir o leite varia entre 1 a 3 dias ou mais, sendo que 45% dos entrevistados demoram 3 dias ou mais para consumir uma caixinha de leite de 1.000 ml. Isto se apresenta como uma oportunidade de negócio neste nicho de mercado, pois é propício oferecer a esse consumidor o leite em menor quantidade.

Entre os entrevistados, 52% do total acreditam que a quantidade de 500 ml seria o ideal para seu consumo, sem perder as características próprias e necessárias do leite, propiciando ao consumidor obter o leite sempre fresco.

É a partir desta oportunidade que a idéia de lançamento de um novo tipo de leite no mercado se viabiliza, pois o leite em embalagem de 500 ml traz a praticidade que o público alvo para o lançamento deste produto necessita, que são as pessoas que moram sozinhas e demoram mais para consumir o leite na embalagem de 1.000 ml.

O Leite Magno será disponibilizado em embalagem de 500 ml armazenado em embalagem TetraPak, nas opções integral e desnatado. Esta opção pode ser consumida em 1 dia (2 copos de 250 ml) ou em até 2 dias (1 copo de 250 ml por dia).

O nome do leite foi escolhido devido o significado da palavra. Magno significa importante, está relacionado à magnífico, o que é muito bom, excelente, o que tem magnitude. Tudo o que busca passar para os futuros clientes. Um leite contendo excelência em qualidade e magnitude em praticidade.

O layout desenvolvido é bastante agradável e sugestivo. Conforme anexo A segue figura ilustrando o produto na opção integral.

O público single está concentrado nas regiões metropolitanas, sendo as regiões sul e sudeste que apresentam as maiores proporções de núcleos unipessoais, em particular nas regiões metropolitanas de Porto Alegre (13,5%) e Rio de Janeiro (12,5%) (SEBRAE, 2004).

Analisando a concentração deste público por região a distribuição do produto deverá focar principalmente estas regiões visando atingir ao máximo esses consumidores.


Fonte: http://www.unimep.br/phpg/mostraacademica/anais/5mostra/backup/2/180.pdf

A odisséia de morar sozinho

Trintões que moram com os pais formam 'geração canguru'

Segundo psicoterapeuta, estabilidade financeira não é fator determinante.
Conforto e mordomias contribuem para que eles permaneçam no lar.

Muitos jovens afirmam que sonham alcançar a independência e ter seu próprio canto. No entanto, vários chegam aos 30 anos no mesmo endereço dos pais. Entre os motivos estão o apreço pelo conforto e a dificuldade de se estabelecer financeiramente.
A psicoteraupeuta e sexóloga Mara Pusch, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), afirma que esse grupo de pessoas integra a chamada “geração canguru”, aquela que adora o conforto do lar. Na opinião de Mara, dinheiro não é fator determinante para pessoas nessa faixa etária continuarem na casa dos pais.
“Uma pessoa na faixa dos 30 e com curso universitário completo, por exemplo, já consegue ter uma renda que dá para pensar em se bancar. As pessoas prolongam a solteirice porque é cômodo se manter na casa da família”, diz.
De acordo com Mara, ao sair de casa, os jovens querem continuar com o mesmo padrão de vida, em vez de se contentar com menos mordomias. “Além do conforto, as preocupações, como contas a pagar, tendem a ser menores na casa dos pais”, diz.
De volta para a casa
Rodolfo Carreto, de 34 anos, trabalha como agente travel e após o término de um relacionamento voltou a morar com os pais. Ele tinha passado quatro anos fora de casa.
Ao retornar ao lar, Carreto conta que passou a se policiar mais com os horários de chegar em casa por respeito aos familiares. “Em casa não tem esse lance de ‘pegação de pé’, mas acabei impondo algumas regras para mim, a favor do bom convívio”, diz.
Ele afirma que sempre teve um bom relacionamento com os pais e ao voltar para casa foi muito paparicado. “Tenho a cama arrumada, a roupa passada. Passei a dar um valor enorme para isso.”
A dentista Viviam Mendes do Carmo, de 32 anos, passou um ano morando com o namorado no Rio de Janeiro. No entanto, o casal voltou para São Paulo em 2008. Enquanto buscam estabilidade financeira para voltar a viver juntos, cada um reside na casa de seus pais.
Além de ter um bom convívio com a família, ela também valoriza as regalias que tem no lar. “Eu ajudo com algumas despesas, mas tenho mais mordomias. Por exemplo, no Rio, nós não tínhamos um empregada doméstica e, em São Paulo, temos uma pessoa para realizar os serviços”, diz.
Em busca de companhia
O técnico em informática W.M., de 39 anos, também não deixou a casa dos pais. Ele conta que há fatores convenientes e inconvenientes em morar com a família. “É cômodo ter a comida da minha mãe, mas, por outro lado, também tenho que lidar com os problemas de relacionamento”, afirma. Segundo ele, é complicado fazer com que o pai aceite sua opção sexual.
O técnico em informática viveu fora da casa dos pais durante apenas um mês, quando – por motivos profissionais – foi morar na praia. Ele alega que a falta de companhia foi o fator que mais contribuiu para que não gostasse da morar sozinho. W.M. não descarta a possibilidade de sair da casa da família quando encontrar um parceiro.

Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL733722-5598,00-TRINTOES+QUE
+MORAM+COM+OS+PAIS+FORMAM+GERACAO+CANGURU.html

Coisas para saber sobre morar só

Solidão - Marisa Monte

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Revista para quem mora sozinho


Solitário é bom partido para MPEs

Público formado por jovens sem filhos, divorciados e viúvos é aposta de lucro

Poucos provavelmente vão se lembrar de que amanhã, 15 de agosto, é o Dia dos Solteiros. Mas, certamente, há um grupo de pessoas que não se esquece em momento algum dos que vivem sozinhos: o dos empresários que investem em produtos e serviços para o segmento, que tem projeções de crescimento em quase todos os países, inclusive no Brasil.
Por aqui, a clientela potencial vem crescendo progressivamente, segundo consultores ouvidos pela Folha. São mulheres que ingressam no mercado de trabalho e adiam os planos de ter uma família para firmar-se profissionalmente, jovens que se separam dos pais para morar perto da universidade, descasados e solteiros que descartam a vida a dois. Se eles estão sozinhos em casa, não foram abandonados pelas empresas de serviços, pelas indústrias nem pelo segmento de varejo.
"O segmento "single" tende a crescer ainda mais. As pessoas estão casando tarde e os relacionamentos têm sido menos duradouros", prevê o professor de comportamento do consumidor da FGV-RJ (Fundação Getulio Vargas) Eduardo Ayrosa.
Ayrosa destaca que alguns empresários ainda não perceberam que o compromisso com os solteiros é vantajoso. "Há espaço para o serviço de pequenos reparos de roupas, manicures que atendem em domicílio e comidas semiprontas", enumera. "O consumidor não quer se programar e planejar todos os cardápios da semana. A indústria alimentícia pode crescer oferecendo mais opções para os solteiros."
O coordenador do departamento de economia da Abia (Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação), Denis Ribeiro, não demonstra tanto otimismo e vê com cautela os investimentos específicos em produtos voltados a esse consumidor. Ele estima o mercado potencial em 700 mil no Brasil. "Esse é um segmento com chance de crescimento, mas está atrelado ao aumento da renda do consumidor", argumenta.
Produtos à vista
Há quatro anos, a Sakura inovou ao criar uma linha de molhos prontos para saladas em recipientes menores. Passou, depois, para temperos preparados e para sopas do tipo instantâneo.
"O segmento representa hoje 12% do faturamento da empresa e vem crescendo a taxas de 20% ao ano", assinala Roberto Ohara, diretor de desenvolvimento e de novos produtos da Sakura.
"Realizamos estudos para ampliar a oferta de produtos e devemos lançar mais algumas novidades até o primeiro semestre do ano que vem", complementa. Segundo ele, a concorrência acordou para o mercado "single": "As empresas estão mais agressivas nos últimos anos".
Não são só as indústrias de alimentação que lucram com o segmento dos solitários. Agências de turismo, bares e lavanderias são outros exemplos de negócios que estão flertando com esse público.
Perfis diferentes
De acordo com o coordenador de cursos e pesquisas do Provar/ FIA (Programa de Administração de Varejo da Fundação Instituto de Administração), Luiz Paulo Lopes Fávero, há outras brechas para a criação de mais serviços, como delivery para farmácias, supermercados 24 horas e lojas de materiais de construção no estilo "faça você mesmo".
O único porém é a escolha do negócio e a sua localização. "Existem dois subgrupos no mercado "single': o das pessoas jovens e o da terceira idade. Apesar de morarem sozinhos, seus hábitos de consumo são diferentes", diz.
De acordo com ele, a forma de conquistá-los é diferente. "Os de menor faixa etária são mais fiéis a bens duráveis, como aparelhos de som, e semiduráveis, a exemplo das roupas. Os idosos preocupam-se principalmente com o preço e com a comodidade."
Empresários mudam o foco para atrair clientes
Há cinco anos, o empresário José Roberto dos Santos criou o site Amigos & Cia. Voltado a relacionamentos, cobrava taxa de inscrição para que o solitário encontrasse seu par perfeito. A internet era apenas uma das formas de aproximação dos pares. Para promover o encontro, Santos organizava também festas e jantares.
"Comercialmente, essa proposta não se mostrou vantajosa", revela Santos. Em dois anos, modificou o foco do negócio e passou a evitar relacionar os serviços oferecidos à formação de casais. "Comecei a promover eventos para que os divorciados, que geralmente se afastam dos amigos depois de casados, formassem um novo círculo de amizades."
Hoje, mescla viagens e festas, mas enfatiza que esse é um negócio que exige alguns cuidados: "Esse cliente tem seis meses de vida útil. Depois, encontra amigos e passa a freqüentar bares e restaurantes com eles".
A Table for Six também alterou sua linha de atuação. No início, há quatro anos, promovia jantares e encontros entre seis pessoas: três homens e três mulheres.
Há dois meses, não há mais restrição à proporção entre os sexos. Elas, por serem maioria, também ganharam o "Women Only", com roteiros que vão de relaxamento em spas a visitas a casas noturnas.
Ajuda do cupido
Há quem ainda ache que a formação de casais dê bons resultados comerciais. A CSB Singles" Tours promove reuniões semanais para solteiros e divorciados. Apesar de afirmar que o intuito é apenas "fomentar amizades", o idealizador Leslie Benveniste criou o "Flecha do Cupido", um serviço de correio-elegante.
"São pessoas entre 30 e 70 anos, bem-sucedidas, mas tímidas", explica Benveniste, que tem 240 reservas para o próximo jantar.
Graduada em moda, Angela Robledo investiu em festas para solteiros durante dois anos. "Há esse tipo de evento todas as noites", afirma ao justificar o fim das atividades, em 2003. Daquela época, restaram um site e algumas camisetas com a marca. "Vamos reformular a página na internet e quero criar a grife SPO, com roupas para homens e mulheres."
Sem-filhos também tornam-se alvo
Casais com horários diferentes têm perfil parecido com o de quem vive só
Há pouco tempo, o mercado "single", que representa cerca de 10% das famílias brasileiras, começou a atrair a atenção das empresas. Eram solteiros, divorciados e viúvos que viviam sozinhos e que, segundo a Síntese de Indicadores Sociais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), somavam cerca de 5 milhões de pessoas.
Indústria, varejo e setor de serviços investiram pesadamente para agradar a esse consumidor. Criaram embalagens individuais, porções menores, promoções e roteiros turísticos para o nicho. E, mesmo que não intencionalmente, acabaram acertando também o coração de um outro perfil, em especial no setor alimentício: o de casais que moram juntos, mas que têm horários diferentes.
"Como muitos não têm condições de fazer as refeições em família, optam por pratos individuais, de fácil preparo", explica o diretor comercial de mercado interno da Sadia, Gilberto Xandó.
Para conquistar os solitários e as famílias sem filhos, que juntos representam 23% da população, a empresa desenvolveu uma linha de pratos congelados, vendida em porções individuais. "Esperamos um crescimento de 6% na venda desses produtos em 2005."
A Moinhos Unidos Brasil Mate, fabricante do chá mate Real, investe há oito anos no mercado para solteiros e jovens casais. "Recebemos mensagens pelo SAC (Serviço de Atendimento ao Cliente), além de e-mails, pedindo para que fizéssemos produtos para pessoas que não têm filhos", comenta o vice-presidente da empresa, Diogo Fontana.
As mensagens deram resultado. A empresa formatou outra opção de caixas de chá. Agora oferece as tamanho-família, com 25 saquinhos, e as "single", com dez.
Além de oferecer o produto em embalagens com quantidades menores, a companhia investiu em três opções para os solteiros. "Elaboramos caixas mistas, que hoje correspondem a quase 6% do faturamento da empresa", revela Fontana.
Para ele, há mais espaço para esse tipo de produto. "Até o ano que vem, vamos lançar outros itens para atender aos solteiros."
Roupa lavada “com mimo” dá lucro
Antes da viagem, basta juntar as peças de roupa em uma mala, ainda que estejam sujas e amarrotadas. O resto -deixá-las limpas, passadas e organizadas dentro da bolsa- fica a cargo da lavanderia.
O zelo ao consumidor solteiro, descasado ou viúvo está explicado nos números. "Atualmente, o público "single" chega a 30% dos usuários de lavanderia", afirma o diretor da rede de lavanderias Qualittà, Hermínio Coimbra.
É do empresário a idéia de criar o "kit solteiro", que inclui a limpeza de roupas, lençóis, fronhas e toalhas de banho e de mesa. "É preciso oferecer pequenos mimos para fidelizar esse tipo de consumidor", explica o empresário.
Atualmente, existem cerca de 6.000 empresas do ramo atuando em todo o país. Segundo estimativas do Sindilav (Sindicato das Lavanderias e Similares do Município de São Paulo e Região), o setor deve crescer 40% em ofertas de serviços e 20% em faturamento nos próximos cinco anos.
O público de solteiros e de descasados está incluso na conta. "Estimamos um aumento de 20% desse modelo de cliente nos próximos oito anos", diz o presidente do Sindilav, José Carlos Larocca.
Ao contrário do que se pode imaginar, a explicação para a procura não está somente na praticidade e nas promoções. As tendências de consumo do vestuário também influenciam. "Atualmente, as roupas são feitas com fibras diferentes, são mais sofisticadas e exigem cuidado redobrado para a limpeza", ressalta Larocca. "Além disso, as construtoras de apartamentos vêm reduzindo o espaço da área de serviço."
Ser cupido de viajante vale a pena
Ver viajantes solitários em meio a casais com filhos e turmas de amigos deu a idéia: criar um pacote de viagens que incluísse apenas pessoas sem par entre os passageiros. Tímida, a iniciativa ganhou corpo. Atualmente, o "Just for Singles", é responsável por 80% do faturamento da Terrazul.
"Muitos casaram-se depois dos passeios", comemora a proprietária, Yolanda de Oliveira. "Quando o pacote foi criado, não esperava que houvesse tanta demanda."
Hoje com fila de espera para o próximo passeio, Oliveira conta que precisou fazer algumas adaptações nos roteiros e nas atrações para agradar ao público. "Eles exigem bons hotéis e gostam de programas com muita atividade."
Com apenas dois anos no mercado de solteiros, a Pisa Trekking planeja oferecer viagens internacionais aos grupos até o fim do ano. "Programamos um passeio para a Patagônia", diz o proprietário Maurício Lino de Almeida. O investimento, segundo ele, é uma aposta baseada no sucesso dos roteiros rodoviários. "O nicho representa 25% dos pacotes."
"Esse é um mercado muito promissor", afirma o diretor da Abav (Associação Brasileira de Agências de Viagem) Leonel Rossi. "Há bastante espaço para empresas especializadas em solteiros."
Apesar de dizer não haver segredos nesse ramo, Rossi afirma que o agente deve imergir no tema para atender ao público. "Podem-se copiar fórmulas do exterior, mas são necessários alguns ajustes para os brasileiros." E acrescenta: "Para os que já têm uma agência, é melhor abrir uma outra, focada nesse público. O consumidor tem mais confiança em alguém especializado".
Em boa companhia
Alguns segredos do ponto-de-venda para conquistar o consumidor "single":
- Estar aberto 24 horas
- Manter a linha light/ diet de produtos próxima dos similares convencionais.
- Oferecer comida pronta.
- Garantir ampla variedade de marcas.
- Organizar caixas suficientes para evitar filas.
- Investir em demonstração e degustação da maior parte dos produtos.
Reportagem: Raquel Bocato

Fonte: http://www.sebrae-sc.com.br/newart/default.asp?materia=10063

Geração solteira


Elas são bonitas, inteligentes, independentes... e estão sozinhas!


Ela tem entre 30 e 40 anos, é bonita, inteligente, bem-sucedida e solteira. Por trás de toda sua beleza e do estilo independente de vida, há uma mulher que sonha encontrar um grande amor, com quem dividirá a pia do banheiro e constituirá família. O problema é que, por mais que pareçam muito atraentes e sejam um bom partido, elas não conseguem encontrar um par. Afinal, o que acontece com essa geração de mulheres solteiras?
Gabriele tem 31 anos e mora sozinha. E também vai ao cinema sozinha. E passa a manhã de sábado na praia sozinha. E vai a casamentos sozinha. E janta sozinha. "Já me acostumei", diz a jornalista, que não se aperta em nenhuma dessas situações - a não ser quando o pai pergunta quando vai ganhar um netinho. "A pressão familiar existe. Eu faço graça, saio de fininho, mas eles sabem que essa questão da maternidade me preocupa. Mas como pensar em filhos, se ainda não tenho um parceiro de vida?", questiona Gabriele, que não costuma sair à caça. "Fico em casa! Não acredito que vá encontrar um namorado em boates ou bares da moda. Por enquanto, vou levando, com calma e fé que vai aparecer alguém na hora certa", diz a devota de Santo Antônio, o santo casamenteiro.
Algumas mulheres têm profissões que assustam os homens: são líderes, ganham bem, são 100% independentes, como Paula, que tem 37 anos e está sem namorado. Sua profissão: policial federal. "Ah, assusta, claro que assusta. No primeiro encontro, evito ao máximo dizer o que faço. Saio pela tangente, brinco que sou vendedora da Avon, bailarina...", brinca Paula, admitindo que a carreira sempre esteve em primeiro lugar. "Para fazer meu pé de meia, né? Hoje já tenho meu apartamento próprio e estou pronta para formar família", avisa ela, que tem viagem marcada para semana que vem - passa três meses fora, revelando outra característica que dificulta a evolução de um namoro. "Eu estava até conhecendo um carinha, mas ele deu uma desanimada quando soube que eu iria viajar por tanto tempo", conta Paula, que lamenta, mas não tem outra opção.
Quem não tem uma amiga bonita e independente, que não consegue engrenar um namoro? Para a publicitária Michelle Fernandes, essas mulheres continuam solteiras porque fantasiam demais. "Tenho um exemplo próximo: uma amiga linda, totalmente independente e sozinha. Tudo isso porque, se o cara é bonito, ela diz que ele é galinha; se o cara é feio, ela diz que não pode aparecer com ele na sociedade... As mulheres têm mania de escolher um homem para mostrar para as outras e não para ter alguém que seja realmente companheiro", diz Michelle, que defende que o namorado não precisa ser rico e sarado, mas deve saber como tratar uma mulher. Michele diz que ela mesma teve que mudar de atitude para, enfim, conhecer a pessoa certa. "Antes eu tratava os homens como objetos e, mesmo que gostasse deles, fingia que não estava nem aí. Hoje passei a me levar a sério e aprendi que sou uma mulher de verdade. Passei a atrair olhares diferentes, passei a mostrar o quanto sou legal e agradável e fazer o cara se interessar por mim", conta ela, que está namorando há pouco tempo, vivendo um dia de cada vez.

Famílias compostas por apenas uma pessoa cresce 70% em uma década

O tipo de família que apresentou o maior crescimento na década de 90 no Brasil foi a unipessoal, ou seja, composta por apenas uma pessoa.Segundo dados do Censo Demográfico realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), houve um aumento de 70,5% no total de pessoas solteiras ou separadas morando sozinhas entre 1991 e 2000.O contingente de famílias unipessoais passou de 2,420 milhões para 4,126 milhões no período. A participação desse grupo em relação ao total geral de famílias cresceu de 6,5% para 8,6% entre 1991 e 2000.O crescimento das famílias constituídas por apenas uma pessoa, segundo o IBGE, é resultado de um conjunto de fatores como o aumento da expectativa de vida --principalmente para mulheres--, maior número de separações conjugais e avanço no processo de urbanização, que proporciona alternativas mais propícias a este tipo de arranjo familiar.O levantamento mostra ainda que grande parte das unipessoais em 2000 era composta por mulheres. Do total de famílias que tinha mulheres como responsáveis, 15,5% eram unipessoais, contra 5,7% unipessoais sob responsabilidade masculina.O IBGE identificou que as famílias compostas por apenas uma pessoa são mais representativas no Rio de Janeiro, com participação de 11,2%, no Rio Grande do Sul (10,9%) e em Goiás (9,6%).Dados do levantamento apontam ainda que esse grupo, em geral, possui melhor condição econômica do que os demais. Segundo a pesquisa, em 2000 apenas 2,4% das famílias unipessoais viviam com até meio salário mínimo per capita, contra uma média de 21,9% do conjunto de famílias que contava com esse rendimento.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u87737.shtml

A velhice na sociedade atual


Beauvoir, Simone. A velhice – A realidade Incômoda. São Paulo, Difusão Européia do Livro – Ano 1970


“Uma sociedade é uma totalidade destotalizada. Os membros se acham separados, porém unidos por laços de reciprocidade: os indivíduos se compreendem uns aos outros, não por serem todos homens abstratos, mas através da diversidade de sua práxis”. (Pág. 242)
Propõe-se de maneira aguda o problema habitação das pessoas idosas, em conseqüência do estilhaçamento da célula familiar, da urbanização da sociedade, dos miseráveis recursos dos velhos. Em seu estudo sobre a comuna de Plodemet, Morin salienta o conflito de gerações. “Um cruel conflito opõe os jovens adultos e o pai, em companhia do qual vivem e trabalham”.
O apartamento se torna, por vezes, grande demais depois da saída dos filhos e sua manutenção fica difícil. Na maioria dos casos, o habitat não corresponde ‘as possibilidades das pessoas idosas: a ausência de água, de aquecimento, de elevador, esgota os organismos enfraquecidos.
O problema da residência está ligado ai do isolamento. A freqüência das relações está na relação direta da proximidade.
Em Milão, 10% dos homens interrogados e 13% das mulheres, consideravam-se “muito solitários”. 20% dos homens e 22% das mulheres sentiam-se “por vezes” solitários. O sentimento de solidão aumentava com a idade. Na Califórnia, sentia-se “muito solitários” 57% dos que não viviam com cônjuges e 16% dos que viviam em casal.
Entre as pessoas de idade entrevistadas na Inglaterra, 5% se afirmaram “muito solitárias”, 25% “às vezes solitárias”, 70% “não solitárias”. Pesquisas apontavam que poucos idosos eram verdadeiramente sozinhos; alguns chegavam a ter até 13 parentes vivendo nas proximidades. ¾ das pessoas entrevistadas viam pelo menos um dos progenitores diariamente e este lhes prestava serviços. Uma pesquisa de Sheldon (diretor do Hospital Royal) chegou à conclusão que 1/5 das pessoas idosas sofre de solidão de maneira tão desoladora que chega a doer, sobretudo os viúvos, muito mais que as viúvas. Entre os que viviam sozinho, quase 1/3 tinha parentes a menos de meia milha de distância; 40% se consideravam felizes, graças as suas boas relações com os filhos. Um pesquisador americano observou que 92% dos velhos se diziam respeitados e amados pelos filhos, mas apenas 63% afirmavam que os filhos, em geral, amam e respeitam os pais. Parece que muitas dessas repostas indicam que os idosos não querem se revelar solitários ou desdenhados. Por outro lado, verificou-se que as relações familiares não contribuíam para melhorar a moral entre os idosos economicamente fracos. Os amigos têm mais valor para os que acham em melhor situação. Um inquérito realizado em 1958 num bairro populoso de Paris revelou que de três pessoas idosas, uma não mantinha mais nenhuma relação social, nunca recebia cartas nem fazia visitas nem conhecia mais ninguém.
Para proteger os idosos, material e moralmente, contra o desconforto e a solidão, tentou-se construir para eles residências agrupadas. (Pág. 278 a 283).

Denis Cláudio Batista – 33 anos



Há quanto tempo você mora sozinho?
Seis anos.

E o que o levou a morar sozinho?
Três fatores: independência, privacidade... Ah! Esqueci o outro? O que eu tinha falado? Ah! Bom! Independência mesmo, privacidade, liberdade, sossego. É isso.

E antes, você morava com quem?
Com minha mãe. Só com a minha mãe.

Daqui de São Paulo mesmo?
Não! Minha mãe mora em Santo André. Eu morava em Santo André também, aí eu mudei para cá.

Como foram os primeiros dias que você ficou sozinho?
Olha, uma zona, né? Porque arrumar tudo, né? Começo... Mas, tranqüilo, na verdade. O mais difícil é a arrumação toda, né? É uma mudança realmente, né? Então o mais difícil foi isso. Mas depois, tranqüilo.

Quais são as principais dificuldades?
Cuidar da casa. Limpar, lavar, passar, complicado. Tem de ter uma pessoa que me ajuda aqui.

Qual a melhor parte?
É a privacidade. Você não ter hora para fazer o que você quer. Se quiser lavar a louça três horas da manhã você lava, lavar roupa, a mesma coisa, receber amigos em casa a hora que for, entendeu?

Você sente solidão? Como lida com isso?
Olha, eu sou bem tranqüilo nessa parte, assim, na verdade. Lógico! Eu acho que todo ser humano, ele tem de viver em sociedade, né? Mas eu tenho minhas gatinhas aqui que me fazem companhia também e, na verdade, a minha vida é muito corrida, então, eu fico pouco em casa, se for ver na verdade. Eu saio bem cedo para trabalhar, volto a noite, então eu durmo aqui mais, na verdade, né? E... Ah! Nos finais de semana sempre tem coisa para fazer, eu na paro muito em casa, na verdade, entendeu? Sempre estou para lá e para cá. Então, eu acho que eu administro a solidão dessa forma, assim, dessa forma, sempre tendo coisas para fazer.

Quais são os principais passatempos?
Olha, receber amigos em casa, sair com amigos, cinema, teatro, viajar quando posso, mas é isso.
E a organização doméstica?
Então, compras... Compras, o que vai faltando, eu vou comprando, assim. Não faço uma dispensa mensal. Toda semana eu estou no mercado, geralmente, contando o que falta e tal...
Meus amigos me visitam com certa freqüência e eu também os visito com certa frequência.
Arrumação da casa: eu sou bem organizado na verdade, então, eu tenho uma pessoa que me ajuda duas vezes por semana, faz a faxina mesmo, passa roupa e tal... Então, a louçinha do dia a dia, arrumação... arrumar a cama, lavar a roupa, eu faço tranqüilo, entendeu? Até a noite, assim.

E com relação aos vizinhos?
O contato é zero praticamente. Não tenho muito contato. Uma que eu não paro em casa e difícil eu encontrar vizinhos... Conheço algumas pessoas e tal, mas é mais bom dia, boa tarde e boa noite, não que eu tenha amizade com ninguém daqui, não tenho.

Com relação ao orçamento, você consegue se sustentar?
Não! Graças a deus, tranqüilo. Lógico, né, que as vezes tem um aperto e tal... Mas, dá para... É lógico, você tem de dar o passo conforme a sua perna, né? Eu tenho as minhas contas aqui e estou pagando tranqüilo, até hoje, tudo bem.

Você nunca teve algum mês que faltou dinheiro?
Ah! Claro que já aconteceu, mas aí não tem dinheiro agora, eu pago o mês que vem e assim vai, né?

Que tipo de comida você costuma comer? Sabe cozinhar?
Olha, eu não cozinho muito aqui. Eu tenho fases, na verdade. Fases... Geralmente mais uma salada e um grelado. É... Mas tem fases que eu nem cozinho, como a fase que eu estou no momento. Não faço absolutamente nada, como só na rua. Então, vou jantar, como comida, ou fast food mesmo, é isso!

O que você faz de melhor?
Pô! Eu faço uma lasanha excelente. Muito boa mesmo.

E o que não pode faltar de comida na sua casa?
Olha, salgadinhos em geral, leite, bolacha, iogurte, Yakult, vinho, cerveja, pão integral, requeijão... É, de comida é isso... E água, né? Água, suco, esses tipo de coisas.

E nesse tempo que você morou sozinho, lembra de alguma situação engraçada?
Então, tem algumas coisas, né? Lógico... Eu já cheguei e a casa estava inundada, porque as gatas abriram a torneira e a água não deu vazão no cifão e transbordou tudo...
Minha vizinha aqui do lado já teve um ataque histérico aqui na minha porta por causa de barulho...

Como foi o ataque histérico por causa do barulho?
Porque eu acho que... Eu não sei... Ela alegou que constantemente eu estava fazendo barulho aqui, som alto ou mesmo conversa alta e, um dia, eu estava com um amigo aqui, nem estava fazendo nada... Ah! Estava o som ligado, mas não estava alto, nem nada e ela tocou a campainha e começou a ter um ataque histérico e eu não falei nada, quando ela acabou, eu peguei e fechei a porta. Mas foi isso assim, porque comidas, assim... Não... Estraga muita coisa aqui, mas na hora é engraçado, né? Eu estrago bastante coisa. Já queimei comida, salguei arroz várias vezes, o arroz já ficou papa, é, acho que é isso na verdade, partes engraçadas assim mais é com as gatas, na verdade, alguns episódios.

E esse episódio que as gatas abriram a torneira?
É! Elas abriram a torneira da cozinha, com a patinha, deve ter sido, né? E a água... Deve ter aberto de manhã e eu cheguei só a noite. Eu cheguei e a casa estava um lago mesmo. Eu tive que secar a casa inteira, estragou coisas, mas enfim, faz parte, né? Os bichinhos são inocentes, não sabem nada.

A quem você recorre em caso de necessidade?
Emergência nunca aconteceu nada, assim, graças a deus. Já fiquei ruim assim... Gripado, garganta, febre, de cama, mas eu consegui me virar, assim... Amigos vieram aqui, eu nunca precisei de ninguém... Chamar ninguém por causa de doença não, graças a deus.

Depois de tanto tempo morando sozinho, você se imagina dividindo a casa com outras pessoas normalmente?
Nem pensar. Não! Não sei... É que eu sou muito chato, assim, as vezes, entendeu? Então eu gosto das coisas do meu jeito, eu acho que é até um vício de quem mora sozinho. Então, eu não sei se eu dividiria... Eu não sei se eu dividira com um amigo, por exemplo, porque eu acho que cada pessoa tem uma maneira de... de cuidar de uma coisa e tal e eu sou muito chato, então eu acho que não daria muito certo não, não até pelo outro, mas por mim mesmo.

O que mudou depois da experiência de morar sozinho?
Ah! Eu acho que a gente acaba crescendo como pessoa, porque, morando com a mãe você tem tudo na mão, na verdade, você não tem muita preocupação, né?, de pagar a conta da luz, né?, de pagar o condomínio, de “ah! acabou o leite”, acabou não sei o que, entendeu? Então, você acaba crescendo como pessoa mesmo, né? Tem mais independência, responsabilidade, entendeu? Que, né?, afinal, agora depende de mim, né? Tanto a organização, limpeza, subsistência mesmo, até das gatas também, né? Eu não tinha animal meu, nunca tive, estou tendo agora, entendeu? Minha mãe teve animais, mas ela que cuidava, então agora eu estou... Eu que sou responsável, na verdade, né?, por tudo isso. Então você acaba criando mais responsabilidade eu acho. E, ao mesmo tempo, é muito bom, a questão da privacidade, né? Porque, não, você tem de lavar uma louça, tem de fazer alguma coisa, mas você faz a hora que você quer, se você quer, se você está com saco para fazer, é isso.

Você adquiriu manias?
Tenho! Tenho! Principalmente a parte de organização, assim. Eu sou... Eu era mais tranqüilo e acho que hoje eu sou meio chatinho com isso. Não gosto de ver a casa muito desarrumada, arrumar a cama, procuro arrumar todos os dias, entendeu? Então, eu gosto das coisas meio na ordem, veio desde a minha mãe isso, eu acho, porque ela é bem sistemática mesmo.

Você acha que a relação com a sua família melhorou?
Melhorou cem por cento na verdade. É... Quando eu morava com a minha mãe, eu tinha uma série de conflitos e tal, né?, porque, até por esse vício que eu falei, que você gosta da coisa de um jeito, minha mãe também gosta das coisas do jeito dela, então, havia alguns conflitos nesse sentido. E, depois que eu sai, nós passamos... Nos tornamos muito mais amigos do que quando eu morava lá, a relação ficou bem mais saudável sim, cem por cento.

Que música você costuma escutar?
Depende da “vibe” que eu estou. Depende... Posso, sei lá, ouvir uma música, tanto música eletrônica, se eu estou bem alegre, ou uma música mais calma, MPB, assim, se eu estou mais introspectivo, sei lá, sou bem eclético com esse negócio de música, assim.... Não gosto só de axé, sertanejo e afins, mas o resto, eu gosto de tudo, sem... Não tenho...

Quais os motivos de você ter duas gatinhas?
Não... Eu tenho até pela companhia mesmo, né? Mais pelo lance da companhia. Eu sempre quis ter um bichinho meu e tal... Mas, eu acredito que eu peguei uma, depois eu peguei a outra por razão de companhia mesmo.

E qual você pegou primeiro?
Peguei a Kate, primeiro, depois veio a Vitória.

Quanto tempo ela ficou sozinha, a Kate?
Um mês. Aí ela começou a acabar com a casa, aí eu tive amigos que me aconselharam a pagar mais uma, porque elas ficam brincando e não destroem nada. Então, foi por isso que eu tenho duas, na verdade. E uma faz companhia para a outra, né?, porque elas ficam muito sozinhas na verdade, né? É... Então, uma faz companhia para a outra. Uma sozinha, assim, acho que é ruim, né? Ela ia se estressar muito por ficar aqui dentro fechada, porque elas não saem para lugar nenhum, ficam aqui dentro, né? Então por isso que tem duas aí, essas pestinhas aí.

Você considera a sua vida muito diferente das pessoas que moram junto com alguém?
Não! Não sei explicar, na verdade, porque eu nunca tive essa experiência de dividir, morar com algum amigo, só com família mesmo.

Seus amigos moram sozinhos?
Tenho amigos que moram com outra pessoa, tenho amigos que moram sozinhos... Varia... Tenho amigos que são casados.

Você pretende continuar morando sozinho? Pretende dividir a vida com alguém?
Olha, eu tenho que gostar muito para isso acontecer. Eu acredito que sim. É o que eu disse, acho que todo ser humano tem que viver em sociedade. É... Então, se rolar, não tenho objeção nenhuma, né? Eu acho que tem de segurar a onda, né?, ambas as partes nos seus vícios e manias e por que não? Talvez...

Quais são seus projetos a curto, médio e longo prazo?
Então, meu projeto atual é minha estabilização mesmo profissional. É... quero mudar para um apartamento maior, na verdade... Ah! Viajar, quero conhecer a Europa, que eu não conheço ainda. Na verdade, são esses. Eu sou muito pé no chão, na verdade, eu não gosto muito de ficar me projetando, eu vivo muito o presente. Eu acho é mais importante, assim. Claro, a gente faz planos, almeja algumas coisas, mas eu vivo mais o presente.

Um recado para quem mora sozinho?
Meu! Vai que é muito bom. Aconselho todos que tem essa vontade, entendeu? Lógico tem de fazer a coisa com o pé no chão, porque tem bastante gasto. Quem mora com os pais, para partir para morar sozinho, não é fácil, é... você tem de poder se bancar, né?, porque não é barato também. E a gente que mora... A gente que não mora sozinho, não cozinha muito assim, então essa despesa aumenta mais ainda, vcoÊ acaba comendo muito fora, porque se for cozinhar para uma pessoa só é ruim, eu não gosto muito, só faço algumas coisas assim, mas coisas fáceis de fazer. Porque se faz, fazer em pequenas quantidades é difícil, aí se você faz, acaba estragando, eu não gosto de comer a mesma comida dois dias seguidos, então estraga mesmo. Mas, vai uma dica aí, que é muito bom. Olha, é uma experiência fantástica, vale muito a pena.

A capital da solidão


Por Tom Cardoso e Robinson Borges

Há dez anos o carioca Fernando Lelis, hoje com 37 anos, chegou a São Paulo para estudar economia na PUC. Foi morar sozinho e dispunha apenas de um videocassete, uma bicicleta e a livraria mais próxima para amenizar a solidão. Uma década depois, Lelis continua sozinho, mas encontra na capital um oceano de oportunidades para enfrentar o "encasulamento" - "cocooning" -, conceito desenvolvido pela consultora de marketing americana Faith Popcorn para designar a tendência de isolamento nas metrópoles. Faith havia previsto que o homem da grande cidade, seduzido por ferramentas da modernidade, passaria parte de seu tempo livre isolado, se divertindo em casa.
O que ela não projetou foi que o "cocooning" evoluiria para um outro conceito, o do hiperindividualismo. Hoje, muitas pessoas das classes A e B dos centros urbanos preferem morar sozinhas. E São Paulo não fugiu a essa tendência: a capital abraçou a solidão e a transformou num mercado atraente. A região metropolitana tem cerca de 720 mil domicílios com apenas um habitante, o que representa 6% da população, segundo pesquisa do Ibope Mídia concluída no segundo semestre. "Essas pessoas não querem abrir mão de ter companheiros e amigos, mas querem menos obrigações e demandas na sua vida cotidiana", explica o sociólogo Sergio Lage, especialista em comportamento e consumo. "Elas querem poder estar ausentes, se afastar e viver de forma menos intrusiva", diz.
Um single típico paulistano, que mora nas regiões nobres de São Paulo, tem à disposição uma estrutura de dar inveja aos hotéis cinco-estrelas. Se em 1988 o máximo do luxo para Lelis era trocar o cinema pelo filme no videocassete, hoje o jovem solitário é capaz de montar uma fortaleza em sua casa, com direito a home teather, academia de ginástica, personal trainer, cozinha gourmet, adega climatizada, máquina de café expresso, churrasqueira elétrica e a última sensação do mercado dos solitários: um videogame que simula movimentos de ginástica.
"Moro na Vila Olímpia, um bairro que me oferece estrutura de serviço e lazer de Primeiro Mundo. Vou ao trabalho a pé e tenho uma agenda flexível que me permite correr no Ibirapuera cinco vezes por semana", afirma o executivo do mercado financeiro.
A faixa etária de Lelis (35-44 anos) representa 23% do total dos moradores solitários da região metropolitana de São Paulo, índice inferior apenas ao segmento de idade imediatamente posterior (45-54 anos), com 24%. A pesquisa do Ibope identificou ainda que das pessoas que moram sozinhas 30% se sentem seguras financeiramente, 49% apreciam as marcas mais refinadas, 34% freqüentemente compram produtos no supermercado por impulso, 52% têm fascínio pela cozinha e 33% afirmam que só pensam em trabalho.
Os bairros centrais da capital de São Paulo são os preferidos para essa turma que optou em não dividir a casa com mais ninguém, de acordo com uma outra pesquisa, coordenada por Marcelo Cortês Neri, da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Ali há uma concentração do hiperindividualismo, fenômeno que, de acordo com o IBGE, vem crescendo: aumentou 70%, entre 1970 e 1990, puxado principalmente por metrópoles como São Paulo, líder em termos absolutos.
Um dos braços de apoio para enfrentar esse hiperindividualismo é a internet. Um em cada três brasileiros que moram sozinhos acessa a rede mundial de computadores, segundo pesquisa do Instituto Ipsos, de São Paulo. Será que nesse cenário as relações tendem a se tornar mais superficiais, distantes, ou a internet pode ser uma importante ferramenta para atenuar os problemas de isolamento? Para Lage, autor da pesquisa "Lonely Sweet Home: Solidão e Modernidade", é preciso analisar de forma crítica e não apocalíptica a solidão nas grandes cidades e, nesse contexto, as relações virtuais são uma condição da vida moderna, em que há um aumento do número de tarefas e menos tempo para cultivar relações afetivas.
A tecnologia possibilitou esses novos encontros e essas formas inéditas de relacionamento, afirma. Segundo Lage, tais recursos podem parecer "vulgares ou superficiais" para os mais conservadores, mas são apenas atualizações ou respostas para a rotina de vida atual. "Compenso o isolamento e a solidão com um excesso de encontros fortuitos, diálogos curtos, experiências rápidas e amores expressos. Tenho maior liberdade de me ausentar quando quero, deletar quem me incomoda ou bloquear acessos."
Estudo recente do Departamento de Ciências de Saúde Pública da Universidade de Alberta, no Canadá, causou polêmica ao afirmar que o uso prolongado da rede de computadores pode ter efeito terapêutico para indivíduos que enfrentam problemas como isolamento e solidão. Para o psicanalista Jorge Forbes, é cedo para qualquer tipo de julgamento. "A diferença entre estar sozinho e acompanhado não é tão clara como já foi. É muito comum hoje casais que façam várias coisas juntos ou várias coisas sozinhas. Não é tão estranho como já foi. Casais terem amigos de casais e amigos de cada um. Isso não era suportável há 20 anos."
De acordo com o psicanalista, é superficial a tese de que o mundo contemporâneo vive numa época de cidadãos voltados para si, em que cada um só protegeria o seu umbigo e seria indiferente ao outro. "Quem vê dessa maneira está olhando o homem da globalização com os olhos do mundo industrial", afirma. "Naquele mundo, as pessoas pareciam mais juntas porque dividiam os mesmos ideais."
A pluralidade de idéias, diz o psicanalista, faz que seja muito mais difícil estabelecer grandes grupos estáveis. Os grupos, ao contrário, tendem a ser cada vez menores e mutáveis, reforçando o isolamento, o que nem sempre é nocivo à sociedade. "Se por um lado vemos as pessoas mais esparsas pela falta de grandes guarda-chuvas aglutinadores, por outro as pessoas são obrigadas a se responsabilizar mais pelo seu cotidiano, fazendo que haja uma grande inquietação, o que justifica a multiplicidade dos contatos pessoais ou virtuais", afirma.
O fenômeno do isolamento, que se tornou marcante em metrópoles como Paris, Londres e Nova York, ganhou mais força em São Paulo por uma conjuntura favorável - ou desfavorável - a essa tendência, explica Raquel Siqueira, diretora da Ipsos Gestão do Conhecimento que há anos mapeia as expectativas e peculiaridades de comportamento dos paulistanos.
"Aqui, as pessoas juntam o desejo pelo isolamento com a sensação de segurança, por causa da violência desenfreada e a forte desigualdade de renda", observa a executiva. "Nos anos 1990, com a popularização do videocassete, as pessoas passaram a ficar em casa para ir menos ao cinema. Hoje, é possível fazer de tudo sem colocar o pé para fora."
O levantamento do Ibope Mídia identificou que dos cidadãos que adotaram a capital paulista para residir 25% se reuniram com os amigos nos últimos 30 dias, 23% adquiriram e leram livros ao longo desse período, 13% foram a bares e cafés e 14% foram a restaurantes para lazer. Os números são modestos diante do potencial desse estrato social, com recursos para o lazer.
De acordo com Lage, o maior obstáculo para quem mora sozinho em São Paulo não é o isolamento, mas a falta de estrutura adequada para todas as demandas desse nicho. Em sua opinião, é inegável que por ser a maior cidade do país, com a maior rede de serviços, o centro financeiro da América Latina se torne também o destino natural do perfil do morador sozinho, pertencente às classes A e B, independente financeiramente e à procura de uma vida cultural intensa. Porém, segundo o sociólogo, é necessário aperfeiçoar esses mecanismos. "As empresas ainda não equacionaram a questão da segmentação desse mercado, que está cada vez maior e mais complexo. Ainda há uma percepção de que o single pode e deve pagar mais, o que torna grande parte desses produtos e serviços muito caros", afirma.
Lage lembra que é prática comum as empresas de alimentos cortarem pela metade a quantidade, mas reduzirem apenas 25% do preço. O mercado imobiliário, segundo ele, também ainda não acordou para essa tendência. O morador sozinho, que busca apartamentos entre 70 e 80 metros quadrados, compete com famílias de classe média. Isso é bem diferente de cidades como Paris, por exemplo, onde 50% dos domicílios têm estrutura para atender um morador.
"O mercado ainda pensa que os desejos, necessidades e expectativas dos singles são todas iguais e não percebem que esse é um segmento bastante diverso e diferenciado e há diversos subsegmentos de estilo de vida e perfis de comportamento e consumo bem diferenciados dentro dessa população."
Autor do estudo "Sexo, Casamento e Economia", Neri, da FGV, cruzou dados do IBGE para chegar o mais próximo possível desse perfil do cidadão solitário. Chegou à conclusão de que as mulheres têm papel decisivo no processo. O Ipea mostra que há 7,22% das mulheres solitárias e 5,61% dos homens. A matemática é relativamente simples: as mulheres vivem mais do que os homens, portanto há uma concentração maior de viúvas solitárias. Seu estudo mostra que no tradicional distrito da Consolação, por exemplo, 62,8% das residências são ocupadas por mulheres sozinhas, número bem próximo ao de Copacabana, no Rio (64,1%), que concentra o maior número de idosas morando sozinhas do país. "É preciso levar em conta fatores comportamentais e sociais, como o aumento de divórcios e a independência econômica da mulher, sobretudo a que reside nos grandes centros urbanos. As mulheres, além de ter menos filhos, também se casam menos pela segunda vez", afirma.
Como a mulher compõe a maioria da população paulistana, com um contingente 9% superior ao dos homens, segundo dados do Dieese 2007, não é difícil explicar o fenômeno da solidão - na faixa de 60 anos e mais, por exemplo, a população feminina é cerca de 48% maior do que a dos homens. A paulistana de hoje tem menos filhos - em 1980 eram em média 3,2 filhos, ante 2 filhos de hoje - e também não pensa em se casar de novo. Apenas 7,4% das divorciadas de São Paulo voltam ao matrimônio, ante 11,2% dos homens.
"Os casamentos não são mais duradouros hoje em dia. As famílias são menores e os filhos tendem a sair de casa mais cedo", afirma a demógrafa Laura Wong, pesquisadora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e membro da Associação Brasileira de Estudos sobre Populações (Abep). Para ela, a sociedade se tornou mais tolerável com a mulher divorciada que vive sozinha, sem os filhos, independente e forte no mercado do trabalho. Mas, por outro lado, há riscos no futuro - hoje, 20% dos idosos moram sós, muito deles incapacitados.
"Quem vai cuidar dessa massa de idosos que vai surgir daqui a alguns anos, muitos deles sem filhos ou com um filho só?", pergunta a demógrafa. "A nossa cultura não aceita que o idoso seja abandonado. Talvez por isso essa tendência se modifique nas próximas décadas e a gente tenha uma volta ao passado, a uma valorização da família e do casamento."
Suzy Cortoni, diretora da Comsenso, agência de estudos do comportamento de São Paulo, está alinhada com a tese de que a corrida pela sobrevivência na grande cidade tem contribuído para o surgimento de uma legião de solitários. "O fenômeno do isolamento é uma tendência das classes A e B. Basta olhar o mapa dos domicílios com um morador em São Paulo, quase todos na região central da cidade, ocupados por profissionais liberais e, sobretudo, por mulheres", observa.
"As mulheres estão cada vez competindo de igual para igual com homens no mercado de trabalho e não estão mais dispostas a cumprir as tarefas domésticas e muito menos ficar em casa cuidando de meia dúzia de filhos", afirma Suzy. "Ao mesmo tempo, vejo que há certa nostalgia no ar, alimentada justamente pelos novos solitários de São Paulo."
Durante uma pesquisa da Comsenso, Suzy pediu para as mulheres independentes, morando sozinhas, tirarem fotos de seu dia-a-dia. Muitas mandaram imagens na cozinha, de avental, outras fazendo tricô. "Havia um desejo inconsciente de voltar ao passado, principalmente na relação com a figura masculina, ainda muito associada à segurança." O desejo, pelo jeito, é apenas inconsciente. A pesquisa da FGV revela que as mulheres sozinhas ganham, em média, 62% a mais do que as acompanhadas. Em 1970, por exemplo, apenas 5,1% eram chefes de família, ante 14,8% em 2000.
Para Forbes, o mundo contemporâneo é o da diversidade. Não se divide entre campo e cidade, entre verde e asfalto, e muito menos em estar sozinho ou acompanhado. "E sim pela possibilidade de reinventar o cotidiano. Nesse sentido, São Paulo é um prato cheio para sua diversidade por ser uma das poucas metrópoles dignas desse nome."

Projeto morar sozinha: saiba como não "enlouquecer" com a nova vida financeira

Por: Roberta de Matos Vilas Boas21/04/09 - 12h22InfoMoney

SÃO PAULO - Morar sozinha, sem dividir a casa com a família, namorado ou amigos, é o plano de muitas mulheres. Mas essa atitude vai exigir sacrifícios e mudanças na vida financeira e, para não "enlouquecer", é preciso ter muito cuidado.Segundo a jornalista, publicitária e criadora do programa Saúde Financeira - Finanças Pessoais, Suyen Miranda, para morar sozinha, além do dinheiro para cobrir os custos de moradia, é necessário ter uma margem para imprevistos, como problemas de saúde, desemprego ou atraso no pagamento. "Há também o lado comportamental, ter ciência de que será necessário repensar oconsumo de modo a ter sempre uma reserva, já que, morando sozinha, há mais custos em jogo do que com a proteção da família ou dividindo com namorado, marido ou mesmo amigos", afirma.Reserva para oito mesesA publicitária ressalta que o ideal, ao morar sozinha, é ter uma reserva que possa cobrir as despesas por oito meses. Ou seja, se os gastos com aluguel, condomínio, conta de luz, telefone, transporte, alimentação e outras despesas extras somam R$ 2 mil, é necessário ter R$ 16 mil guardados."Outro detalhe é que, antes desse cálculo, é preciso antever os custos de montagem do lar independente, que são o mobiliário, além de eventuais reformas no imóvel, para ter uma moradiaconfortável. Costumo dizer que, se não existem estes recursos e a moradia será desagradável, melhor poupar mais para sair bem, sem correr risco de retornar para o antigo lar por falta de condições", considera.Suyen lembra que, para comprar objetos básicos, como fogão, cama, geladeira e até roupa de cama, uma pessoa gasta pelo menos R$ 5 mil.Despesas menores do que o salárioSe as despesas mensais que você terá ao morar sozinha se igualarem ao salário mensal, Suyen recomenda adiar a mudança. "Para iniciar a independência de forma inteligente, é melhor que o orçamento tenha uma folga de 10% mensal para a montagem da nova casa", explica.A publicitária também lembra que, antes da mudança, é preciso estar com as contas em ordem, sem dívidas pendentes ou restrições de crédito.Se você ainda não mora sozinha e não sabe quanto poupar para poder realizar esse projeto, Suyen lembra que isso dependerá da sua disciplina. "Se morar sozinha é prioridade, então tudo deve reverter para esse projeto. Vale inclusive fazer trabalhos extras para render um dinheiro a mais", diz.Comprando um imóvelJá se você está considerando comprar um apartamento ou uma casa, a publicitária afirma que o melhor é dar uma entrada maior, para que financiamento tenha parcelas menores e seja pago em menos tempo."Há quem pense ´prefiro financiar enquanto estou morando`, e nisso há uma chance de perder dinheiro, principalmente porque, se a parcela for pesada e por muito tempo, em qualquer atraso sequencial, a perda do bem é um risco concreto. Compensa bem mais alugar um imóvel simples e guardar o dinheiro para comprar o imóvel desejado, pagando o máximo de entrada e reduzindo bem o financiamento, e, se a pessoa for muito disciplinada, pode inclusive guardar bem e pagar à vista, negociando um preço competitivo. Vale lembrar que comprar um imóvel implica gastar com certidões e escrituras, que custam em torno de 5% do valor do imóvel", afirma.

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