sábado, 16 de maio de 2009

Numa Biblioteca

A entrevista com o Thiago teve duas partes: a que começamos a gravar na Faculdade que o rapaz estuda, mas infelizmente (ou felizmente) fomos expulsos da bibliteca (sempre elas dando problemas!) que era o único lugar silencioso de lá.

Felizmente porque ele sugeriu continuarmos a entrevista na casa dele que era pertinho dali e nós adoramos conhecer a casa dos nossos personagens: a gente encontra lá a linguagem do não dito! Detalhes que a mente peca em não lembrar ou que as palavras, por vezes, não conseguem traduzir.

Esse vídeo aqui foi gravado na primeira parte, na biblioteca, alguns minutos antes de mandarem a gente embora...

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Falta apartamento de um quarto no mercado!

Tem cada vez mais gente procurando e menos construtoras investindo nesse tipo de imóvel. Hoje, nas duas maiores cidades brasileiras, de cada 100 lançamentos apenas dois são de um quarto.
Atualmente, no mercado imobiliário brasileiro, um determinado tipo de apartamento tem sido muito disputado nas cidades grandes: o quarto e sala. No quarto e sala, nunca faltou espaço para Cátia viver sozinha. Agora, ela quer se mudar para um prédio mais novo, mas não está nada fácil encontrar outro apartamento de um dormitório. “Pelo que eu vejo no jornal, não tem muita oferta. A impressão é que não tem”. Os apartamentos de um dormitório estão se tornando artigo raro, porque há uma conta que não fecha no mercado imobiliário: tem cada vez mais gente procurando e menos construtoras investindo nesse tipo de imóvel. Hoje, nas duas maiores cidades brasileiras, de cada 100 lançamentos apenas dois são de um quarto. No Rio, entre os mais de 11 mil novos apartamentos, só 252 são de um quarto. Em São Paulo, mais de 60 mil lançamentos, apenas 1.540 tem um dormitório. Enquanto isso, cresce o número de brasileiros que moram sozinhos: em uma década, quase dobrou. Com essa tendência, quem tem um apartamento usado para alugar fecha negócio rapidamente. No Rio, 85% dos imóveis de um quarto anunciados são ocupados em menos de um mês. Para venda, hoje, não adianta nem procurar. “Atualmente, a gente não tem nenhum apartamento de um quarto no nosso site para venda”, afirmou Pedro Carsalade, da Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis. O estudante Ygor Oliveira está tentando morar perto do trabalho e da faculdade para não ter que enfrentar horas no trânsito todos os dias. Tem que ser um quarto e sala porque é mais barato, mas depois de três meses olhando os classificados, ainda é obrigado a recorrer a um plano B. “Os amigos já estão avisados, duas vezes na semana o telefone já toca: ‘Preciso de abrigo’. Vamos ver se a gente acha esse apartamento com perfil de universitário”.
No ano passado, enquanto o mundo inteiro começava a sentir as consequências da crise no setor imobiliário dos Estados Unidos, aqui no Brasil o número de imóveis financiados batia um recorde histórico. Foram quase 300 mil unidades. O volume de dinheiro que foi emprestado a centenas de milhares de mutuários brasileiros chegou a R$ 30 bilhões em 2008. Em relação ao ano anterior, foi um aumento de 64%.
http://jornalnacional.globo.com/Telejornais/JN/0,,MUL985462-10406,00-FALTA+APARTAMENTO+DE+UM+QUARTO+NO+MERCADO.html

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Preparando o relatório pré- banca

Algumas fotos do grupo com a mão na massa...










Conversa sobre definir etapas do relatório.




*Fotos e vídeo por Samanta Oliveira

Janaine Aparecida dos Santos


Morar sozinha por vontade própria foi o caso de Janaine. Apesar de não ter ficado só por muito tempo, ela carrega parte do aprendizado até hoje. Atualmente, a jovem divide a moradia com amigas mas, no que depender de sua vontade, voltará a morar sozinha daqui alguns anos.

Quanto tempo você morou sozinha?
Eu morei sozinha por três meses. Agora, eu moro com duas amigas. Mas, eu moro aqui em São Paulo há dois anos.

O que a levou a morar só?
Eu estava precisando aprender a ficar mais só e independente.

Como foram os primeiros dias sozinha?
Foi meio estranho, pois eu estava acostumada a dividir tudo e a dormir em um quarto com seis meninas, então, no começo, eu me sentia sozinha, livre e tranqüila, me sentia em paz.

Quais eram as dificuldades de morar só?
Olha! Dificuldade de ficar sozinha, eu não tive. Acho que o que mais pesou foram as despesas, que aumentaram. Também tem o fato de você, às vezes, se sentir muito sozinha pelo fato da família estar longe.

E qual era a melhor parte?
A liberdade. Você faz o que quiser. Recebe seus amigos tranquilamente e sabe que não vai se surpreender com alguém novo no pedaço ou com alguma amiga que comeu o que você deixou na geladeira. Você sai de manhã e, à noite, está tudo onde você deixou.

Você sentia solidão? Como você fazia para lidar com a solidão?
Às vezes, eu me sentia só sim, mas, geralmente, era aos domingos, que não tem nada para fazer. Mas, nem sempre, pois eu estava em outra fase da minha vida, buscando o amadurecimento. Acho que eu me senti mais sozinha quando eu me mudei para São Paulo e quando morava com outras pessoas. Para lidar com a solidão, eu ficava conversando muito com elas (amigas), lia ou estava no computador. Quando nada resolvia, eu me pegava com depressão, jogada na cama quase o dia todo.

Quais eram os seus principais passatempos?
Ler e sair com as amigas.

Como era a sua organização doméstica com relação ao espaço físico da sua casa, vizinhança, faxina, compras, família e amigos?
Eu até que era organizada. Limpeza, eu mesma fazia, aos sábados, para passar o tempo também. Compras, eu ia ao mercado de acordo com a minha necessidade. Minhas família vinha me visitar “de boa” (normalmente). Meus amigos e os vizinhos sempre eram prestativos comigo, porque sabiam que eu estava só, então sempre perguntavam se eu precisava de algo. (risos) Principalmente os vizinhos. (risos)

Como era a questão do orçamento? Você conseguia se sustentar? Tinha dificuldades financeiras?
Era meio difícil, mas eu me virava. Agora, com minhas amigas comigo, me ajudam mais.

Que tipo de comida você costumava comer? Você sabia cozinhar? Que comida não podia faltar na sua casa?
Eu sei cozinhar sim, mas eu era meio preguiçosa, então uma coisa que não faltava era miojo e macarrão

Você lembra de alguma situação engraçada que você viveu nos meses em que morou? Fez alguma besteira, como lavar roupa errado, estragar comida, queimar o chuveiro?
Ah! Eu tinha um problema com a torneira do tanque e, um dia, eu não estava conseguindo abrir e, de repente, ela estourou e eu me molhei toda.

Você teve problemas, depois de morar sozinha por três meses, para dividir a casa com outras pessoas tranquilamente?
No começo, foi difícil, porque eu já tinha me acostumado a morar sozinha. Quando eu dividia o apartamento, era uma zona. Aí, eu fui morar sozinha e era mais organizada. Depois, voltei a dividir a casa novamente e a bagunça voltou. Eu fiquei meio estressada no começo, mas depois passou.

O que mudou na sua vida depois da experiência de morar só?
Senti que amadureci mais e passei a dar mais valor às pequenas coisas, como os preços no supermercado.

Você adquiriu manias neste tempo morando sozinha? Quais?
Não! Manias não, porque eu não gostava de rotinas, então fazia o que queria. Se eu quisesse limpar, eu limpava, senão, deixava as coisas como estavam.

Você acha que a relação com seus pais melhorou depois da experiência de morar sozinha?
Sim, porque eu aprendi a dar valor a algumas coisas, como o desperdício.

Que música você costuma escutar nos momentos de solidão, uma música que combine com você?
Gosto muito de MPB, então era o que eu escutava muito.

Em caso de necessidade, a quem você recorria?
Quando estava mal, eu recorria a um amigo meu, que me ajudava muito quando me mudei pra cá.

Você considerava a sua vida muito diferente da vida das pessoas que moram junto com alguém?
Sim! Era diferente, porque, quando você divide lugar com alguém, você tem de se acostumar e aceitar as diferenças das pessoas.

Tem amigos que vivem sozinhos ainda?
Tenho sim.

Você, se pudesse optar, continuaria morando sozinha ou dividira a casa com alguém? Por que?
Pelas despesas, eu dividiria, mas, pela liberdade, eu moraria sozinha.

Quais são os seus projetos de vida a curto, médio e longo prazo?
Eu pretendo voltar a morar sozinha.


Janaine Aparecida dos Santos faz parte dos nossos entrevistados que não moram na Grande SP e que nos contaram suas histórias em entrevista pela internet.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Corte os desperdícios e o fast-food da sua rotina

Alimentação saudável ainda é desafio para quem mora só, vença mais este

Usar a falta de companhia em casa como desculpa para comer mal (e engordar) é uma estratégia que pode até dar uma aliviada na consciência. Mas o refresco passa longe da sua saúde e da balança, que acusam em pouco tempo a sua falta de cuidado com a alimentação.

"Existem muitas alternativas saudáveis para quem mora só manter o equilíbrio à mesa. Para essas pessoas, normalmente bastante exigentes, a dica é aliar praticidade e paladar saboroso", afirma a nutricionista chefe do MinhaVida, Roberta Stella. Evitar os desperdícios e cortar o fast-food vai ficar muito fácil com as dicas que a nutricionista separou para você.

Monte o cardápio da semana: Se você acredita que uma refeição mais elaborada seria um desperdício (afinal muita comida acaba sobrando), pode experimentar montar um cardápio semanal. Programe a ida ao supermercado para comprar os ingredientes que faltam e faça disso um passeio, experimentando alimentos novos para inserir em seu cardápio. Muitos legumes rendem pratos variados e podem ser aproveitados em receitas diferentes, por exemplo.

Porções individuais: Comprar filés e perceber que somente um basta para matar sua fome, depois de descongelar todos, levaria os que sobraram à lata de lixo em poucos dias. A solução contra isso é separar carnes, frangos e peixes em porções individuais, assim que forem comprados, e congelar para uma próxima refeição.

Polpas: Para quem não vê sentido em ir à feira só para comprar meia dúzia de maçãs, que passarão a semana abandonadas na fruteira, as polpas são a melhor alternativa. Basta comprar e congelar até o momento em que sentir vontade de tomar um suco com o gosto da fruta. Além do fato de que são mais nutritivas que sucos em pó, por não terem corantes.

Refeições sempre prontas: Quando tiver tempo para fazer uma refeição, priorize uma quantidade que possibilite repartir e guardar para outra ocasião. Arroz e feijão podem ser separados em pequenas porções e congelados. Dessa forma, sempre haverá o básico pronto para o consumo.

Legumes pré-cozidos: A melhor opção para ter sempre à mão uma refeição saudável. O preparo é mais rápido do que o do legume cru e pode ser facilmente adicionado a qualquer refeição.

Saladas prontas: Reserve um tempo para prepará-las, deixando as folhas lavadas e divididas no tamanho das suas refeições. Temperar não leva mais do que um minuto.

Leite em pó: Não é porque você mora sozinho que, como não consome a caixa de leite dentro do prazo de validade, vai viver à base de café e refrigerante. Um bom substituto é o leite em pó, pois basta fazer a quantidade necessária, sem desperdícios.

Fonte: http://www.minhavida.com.br/materias/alimentacao

segunda-feira, 11 de maio de 2009

A mulher da minha vida

O relacionamento entre empregadas e homens que moram sozinhos costuma ser ótimo. Melhor até do que muitos casamentos

Cerca de 110 000 homens brasileiros, de classe média alta, moram sozinhos – 55% deles têm entre 30 e 44 anos. A cada um corresponde, provavelmente, uma mulher muito (mas muito) feliz. Quem é ela? A sua empregada, claro. O casamento entre os dois tende a ser perfeito – sem cobranças ou brigas. E ela costuma adorá-lo. Uma empregada de um homem solteiro (ou divorciado) sente-se a própria rainha daquele lar vazio e calmo. Faz o que quer, como quer, quando quer – sem que ninguém fique em cima, inspecionando a limpeza, como, em geral, fazem as patroas. "Eu não reclamo de nada", diz o arquiteto e fotógrafo paulista Fabio Laub, de 33 anos. "Não quero me indispor com a Maria: ela tem a minha total confiança." Ele e Maria Camaçari, de 60 anos, estão juntos há quatro. Maria costuma dar palpites até quanto às namoradas de Laub. Muito mais do que palpites, na verdade. Quando ela não simpatiza com a moça, faz da vida dela, segundo palavras do próprio Laub, "um inferno". Entre outros atos de sabotagem, deixa de dar os recados dela e se recusa a lavar as peças de roupa que porventura a namorada tenha esquecido na casa do patrãozinho. Se Maria, no entanto, simpatiza com a felizarda, aí é uma maravilha. Laub conheceu a atual namorada há cerca de um ano. Maria adorou a jovem. Tanto que abriu um espaço no guarda-roupa dele para as mudas de roupa dela. Já com certos familiares, todo cuidado é pouco. Recentemente, a mãe de Laub visitou o filho e notou que o fogão não estava limpo como ela achava que deveria. Alertou-o, mas ele não fez nada. Vai que a Maria se chateie...

Para o homem que mora sozinho, a presença de uma empregada – ainda que eles não se encontrem muito e ela vá apenas duas ou três vezes por semana – dá um ar mais familiar à casa. Ele chega, a cama está esticada, o jantar está preparado... "A sensação de solidão diminui quando chego e vejo a casa arrumada, com cheirinho de limpeza", diz o publicitário paulista Guilherme Rodrigues Alves, de 35 anos. Há cinco anos, ele conta com a companhia e os cuidados de Marildes Costa de Souza, de 33 anos. É ela quem se encarrega de praticamente todos os afazeres da casa. Marildes lava, passa, arruma, organiza as listas de supermercado e avisa quando Guilherme precisa comprar cabides e lençóis, por exemplo. E ainda zela pelo estado das roupas do rapaz. Até meias e cuecas ela diz quando é preciso comprar. "Sou uma verdadeira mãe para ele", afirma Marildes. "O Guilherme é ótimo, nunca reclama de nada. Tudo para ele está bom." Marildes não mede esforços para agradar. Certa vez, Guilherme resolveu promover um jantar romântico em casa para uma nova namorada. Comprou flores e comentou com Marildes que aquela seria uma noite especial. Por iniciativa própria, ela resolveu ajudá-lo a ganhar de vez o coração da moça. Espalhou pétalas de rosa pelo quarto de Guilherme, fazendo um caminho com elas até a banheira – que deixou devidamente preparada com velas flutuantes.

Apesar do bom relacionamento que se costuma estabelecer entre os homens que moram sozinhos e as suas empregadas, convém lembrar que se trata de uma relação de trabalho – com direitos e deveres de ambas as partes (veja quadro abaixo). Por isso, nada de tratos verbais. Registros e recibos são uma garantia para os dois lados. Até os melhores casamentos precisam de certas formalizações. Mas os desse tipo, reconheça-se, não raro duram mais.

Os dez mandamentos da boa convivência

1. Se você não é do tipo que gosta de conversar, tudo bem. Mas, de vez em quando, bata um papo com ela. Elogie o seu trabalho. Uma das piores coisas para a empregada que trabalha em casa de homem sozinho é a solidão

2. Se você raramente está em casa e nunca vê sua empregada, pratique a comunicação via bilhetes

3. Oriente-a, desde o início, sobre como você gosta da organização da sua casa, para não ter de dar ordens consecutivas – coisa que a maioria dos homens não se sente à vontade para fazer

4. Nunca permita que sua mãe ou namorada interfira no trabalho da sua empregada. Ela é capaz de enlouquecer ao ver "estranhas" se intrometendo no lar do qual ela é a rainha

5. Não divida sua faxineira com sua ex-mulher. Se for inevitável, ignore os comentários trazidos de sua ex-casa

6. Avise-a de que suas miniaturas de carros, seus CDs e outras coleções são para você como os enfeites são para as mulheres

7. Saiba que a maioria das empregadas não gosta de lavar as roupas da namorada do patrão. O argumento: foram contratadas para trabalhar para uma só pessoa. Portanto, se for para ela cuidar da roupa da sua namorada, peça com delicadeza e não abuse – poucas peças, de vez em quando

8. Não se esqueça de deixar a geladeira abastecida. Você pode não comer em casa. Mas ela come

9. Deixar a casa minimamente organizada facilita a limpeza e evita que ela troque suas coisas de lugar

10. Não custa nada agradá-la com uma lembrancinha trazida de sua última viagem de férias ou um presentinho no Natal

Fonte: http://veja.abril.com.br/especiais/homem_2004/p_060.html

domingo, 10 de maio de 2009

Vanessa Macêdo de Vasconcelos – 19 anos





A irreverência e simplicidade de uma adolescente, que esconde a maturidade adquirida durante todo o tempo em que se manteve solitária em seu apartamento, em São Paulo. Vanessa Macêdo de Vasconcelos trocou o Recife pela capital em janeiro de 2008, aos 18 anos de idade, para cursar a faculdade de Publicidade e Propaganda. Atualmente, pretende se transferir para a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e retornar para o Recife, porque a saudade da família é imensa.

Há quanto tempo você mora sozinha?
Vim para cá (São Paulo) no ano passado (2008), em janeiro.

O que a levou a morar só?
Vim fazer faculdade de Publicidade e Propaganda.

Como foram os primeiros dias sozinha?
Então, nos primeiros dias, tudo é maravilha. Mas, depois de uma semana, vem uma responsabilidade do tamanho de um trem, a saudade da família bate (a família mora em Recife)... Você olha para os quatro cantos do mundo e pensa: “Cara! O que eu estou fazendo aqui?”

Quais as dificuldades de morar só?
Então, primeiro de tudo, procurar um apartamento para mim. Tipo... Tinha que dar no orçamento feito. Depois, vieram as contas para pagar, que, no Recife, quem tinha toda essa responsabilidade eram meus pais.

E a melhor parte?
A melhor parte de morar sozinha? Cara! Têm muitas, viu! Mas, em primeiro de tudo: a liberdade.

Quais são os seus principais passatempos?
Bom, eu costumo ir para a casa do meu melhor amigo (Hugo) ou, então, ir ao Club A (balada).

Como é a sua organização doméstica com relação ao espaço físico da sua casa, vizinhança, faxina e compras?
A organização está meio que “faltando algo”, sabe? Vizinhos? Nossa! Nem tenho muito contato com eles, porque eu saio de manhã e só chego à noite. Faxina? Vem uma garota toda semana fazer uma faxina aqui em casa. Se ela não tivesse aparecido na minha vida... Nossa! Não sei o que seria de mim. (risos) Compras? Todo sábado, à tarde, eu vou ao supermercado fazer as compras da semana. Hoje, (09/08/2009) eu fui de manhã já para ficar com a tarde livre.

Como é a questão do orçamento? Você consegue se sustentar? Tem dificuldades financeiras?
Meus pais me ajudam. Todo mês, eles mandam o dinheiro do aluguel do apartamento e uma ajuda extra.

Que tipo de comida você costuma comer? Você sabe cozinhar? Que comida não pode faltar na sua casa?
Então, antes de vir para São Paulo, minha mãe teve de me ensinar umas coisas... O básico, né? Mas, depois, eu comecei a trabalhar de hostess** no Boi Preto (restaurante) de São Paulo e fui aprendendo mais algumas coisinhas. Uma comida que não pode faltar aqui em casa é massa. Eu adoro!

** As hostess são mais do que recepcionistas. Elas são uma espécie de cartão de visitas dos estabelecimentos. Elementos como beleza, simpatia e personalidade são atributos importantes para quem trabalha na profissão.

Você lembra de alguma situação engraçada que você tenha vivido em todos esses anos morando sozinha? Já fez alguma besteira, como lavar roupa errado, estragar comida, queimar o chuveiro?
Teve um dia que meu amigo (Hugo) me ligou e disse que queria almoçar aqui em casa. Então, para mostra que eu sabia cozinhar, eu disse que ele poderia até jantar aqui. Acontece que eu não tinha feito a feira da semana. Mas, o improviso serve para que? Para improvisar, né? Então, eu disse para ele que iríamos comer uma macarronada. Cara! Você acredita que, quando eu abri o armário, só tinha miojo? (risos) Nada melhor, né? Pior que isso! Acredita que eu confundi com macarrão e deixei o tempo que um macarrão fica no fogo? Cara! Quando eu fui olhar a panela... Nossa! Estava parecendo uma papa. E você acredita que ele (Hugo) ainda fez questão de comer? Tão lindo... Ele fez com que eu gostasse ainda mais dele. Eu que fiz, nem agüentei colocar uma garfada na boca. Estava horrível mesmo.

Já queimei meu notebook. Estava acontecendo uma queda de energia e eu, toda besta, não sabia que tinha de desligar da tomada, né? Quando eu vi, o pior já tinha acontecido.

E teve outra vez que eu fui fazer arroz. Para fazer arroz, você tem de deixar primeiro o alho e a cebola centrifugarem, né? Só que eu coloquei o alho, a cebola e a água para ferver. Achei estranho, né? Então liguei para minha mãe... Nossa! Ela me chamou tanto de loira burra. (risos)

Você se imagina, depois de tanto tempo morando sozinha, morando tranquilamente com os pais de novo, tendo de dividir a casa, seguir as regras?
Então, morar com os meus pais, realmente, eu não quero. Quero viver minha vida, ser independente, sair e chegar a hora que eu quiser, levar meus amigos para minha casa... Porque, enquanto eu estava em Recife, não tinha a responsabilidade que eu tenho hoje, então, eu pretendo trabalhar lá mesmo e morar só.

Você adquiriu manias neste tempo morando sozinha? Quais?
Mania, não! Mas, eu gosto de deixar minha casa sempre arrumada, coisa que, em Recife, tinha quem fizesse para mim, né? Aqui tenho que me virar como posso.

Você acha que a relação com seus pais vai ser diferente depois da experiência de morar sozinha?
Então, minha relação com meus pais tende a melhorar. Quando eu vivia com eles, eu enxergava uma realidade diferente da que eu enxergo hoje em dia. A partir do momento que eu comecei a entender essa realidade que eles vivem, que eu só aprendi depois que comecei a morar sozinha aqui em São Paulo, minha relação com eles tende a melhorar muito.

Que música você costuma escutar nos momentos de solidão, uma música que combine com você?
Eu adoro MPB. Tem duas músicas que eu ouço bastante: “A Sua”, da Marisa Monte e “Telegrama”, do Zeca Baleiro.

Em caso de necessidade, a quem você recorre?
Ao meu melhor amigo (Hugo), que mora no prédio da frente.

Você considera a sua vida muito diferente da vida das pessoas que moram junto com alguém?
Então, eu já morei com uma pessoa e digo que não é a mesma coisa que morar sozinha. Você tem mais privacidade, enfim, eu acho que seja diferente sim.

Quais são os seus projetos de vida a curto, médio e longo prazo?
No curto prazo, terminar todos os meus trabalhos da faculdade, meu trabalho de conclusão de curso. No médio prazo, trabalhar na área que eu me formar. No longo prazo, constituir uma família e ser feliz, é claro!

Vanessa Macêdo de Vasconcelos faz parte dos nossos entrevistados que não moram na Grande SP e que nos contaram suas histórias em entrevista pela internet.